Entrevista Banda FARPAS
Eae galera!
A entrevista de hoje
é com a Banda Farpas.
A banda (em
seu modelo e formação atuais) está em atividade desde 2013.
Farpas tem “base” em Campina
Grande-PB, mas atuação interestadual, também porque os músicos estão
estabelecidos em 3 cidades-chave (Campina Grande-PB, Natal-RN e
Recife-PE),coisa que estes tempos modernos permitem/facilitam.
O vocalista Marcus Welby respondeu as
nossas perguntas por e-mail e a partir de agora , iremos contar
um pouco dessa trajetória de sucesso.
Vem comigo!
Como
a banda surgiu?
Os membros da banda carregam rock no
sangue. A constatação vem da identificação que sempre tivemos com o
estilo, e do gosto pessoal pelas mais variadas vertentes desse segmento da
arte.
A vocação/aptidão foi descoberta como pensamos seja
com quase todos os rockeiros de uma forma geral: a partir do contato na
condição de ouvintes. Logo, bateu aquela vontade de formar a banda e
experimentar se a vocação fluiria sob a forma performática (para os
“dedos”).
Depois dos primeiros encontros, para a agradável
surpresa de todos, descobrimos que a coisa podia andar! Logo vieram os
primeiros ensaios, as tocadas de muitos covers de bandas que faziam parte do
dia-a-dia de cada um. Passos iniciais que ,para nós, eram uma
oficina daquilo que poderíamos e iríamos querer fazer, e, numa etapa
seguinte, as definições dos projetos que gostaríamos de tocar adiante.
A inspiração para o nome surgiu do espírito crítico
(que é uma marca registrada de todo mundo). Alguém do grupo ouvira falar de um
periódico que enfrentava o seu tempo da mesma maneira que nós tínhamos
disposição para enfrentar o nosso.
As Farpas (o periódico da autoria/iniciativa de
Ramalho Ortigão e Eça de Queirós) haviam sido uma admirável caricatura da
sociedade de sua época. Altamente críticos e irônicos, os artigos
correspondentes satirizavam a regeneração e todas as suas repercussões em
níveis cultural, social e até moral; a religião e a fé religiosa; a
mentalidade vigente, a segregação do papel social da mulher; a
literatura romântica,falsa e hipócrita, entre outras coisas.
Qual
o estilo da banda?
Coisa difícil de definir... A banda é
essencialmente uma banda de Rock’n’Roll Alternativo. Essa seria uma definição
abrangente na qual nós caberíamos. Embora não nos julguemos muito
“normalizáveis”.
No que diz respeito à postura musical e artística
propriamente dita, a banda tenta superar, num deserto áspero para o estilo
(como tem se revelado o universo particular brasileiro de nossa geração e do
nordeste especialmente), as batidas quadradas e pouco criativas que alimentam a
ideia de “música produzida pra vender muito”, e estimular a sua oposição: a de
música pensada como expressão artística da alma. Esteticamente, a
música idealizada pela banda estimula um ambiente aberto a conjunções
entre riffs poderosos, ritmo e poesia.
Quando a gente pensa no que nós somos e
propomos, nos vem a cabeça a ideia de apresentar o que nós
chamamos de “irreverência estruturada”, expressada por intermédio
de uma poesia crítica da intimidade humana, abordando óticas
complexas de temas cotidianos: angústia, medo, opressão,
sentimento de posse, desejo, auto-compreensão, auto-estima (ou falta
dela) e experiências de vida limitadas por valores conservadores.
Quem
são os integrantes ?
São 5 (cinco) integrantes:
Marcus Welby – Vocal;
Marcus Joelby – Guitarras e vocais;
Marcos Costa (Kytu Costa) – Baixo;
Mytchel Costa – Guitarras e
vocais;
Carlos Arthur (Thuzinho) – Bateria.
Quais
suas influências?
As nossas influências são bastante abrangentes,
compreendendo linguagens artísticas das mais variadas perspectivas.
Os membros estão atentos para o Led
Zeppelin, o S.O.A.D, o Pearl Jam, o Bob Dylan, o Rage Against The Machine,
o Radiohead, o Chico Science & Nação Zumbi, o Nirvana, Ingmar Bergman (e
suas musas), Marina Abramovic', Braulio Tavares... E não para por aí!
A
banda já possui trabalhos gravados?
O primeiro CD da banda está em fase de
finalização.
São 9 canções autorais que estão soando muito bem no
estúdio. Em breve, as músicas estarão disponíveis nos mais diversos
universos de streaming e similares. A partir daí, produziremos vários
materiais agregados, inclusive vídeos e outros.
Possuem
patrocínios?
Eis aí uma dificuldade da arte em geral e das artes
ligadas ao Rock em particular. Mas, pra falar a verdade, do ponto
de vista prático, esse approach ainda não foi iniciado.Está em fase de
planejamento.
A música anda muito difusa ultimamente. É
a época do “faça-você-mesmo” por meio dos mecanismos que estão aí à
disposição de todo mundo.
A internet e as redes sociais são
espaços abertos que desafiam novas formas de articulação e parcerias
que podem ser experimentados das mais diferentes maneiras. A criatividade
tem que falar alto, então. É como dito: estamos planejando as abordagens
possíveis.
No fim das contas, quem sempre foi ainda
é (ainda mais hoje em dia) o principal patrocinador dos
artistas: o público-alvo, os fãs!
Os caminhos para a conquista desse “patrocinador de
luxo” estão mais abertos e democratizados. Mas o desafio é
veicular esse encontro pelos mecanismos certos e eficientes.
Deixe
um recado para os músicos/bandas que acompanham o blog.
Agradecemos o espaço, a gentileza e a atenção do
blog. Sentimo-nos honrados de estarmos sendo ouvidos e registrados por
aqui. Curtimos muito todos os conteúdos dele, que são muito bacanas,
sempre pertinentes e totalmente inseridos nessa nova linguagem contemporânea
que marca as atuações dos novos espaços de interação e comunicação de hoje em
dia.
No mais, convocamos todo mundo para continuar
curtindo o blog, contribuindo para a alimentação e compartilhamento dos seus
conteúdos. Um instrumento como este contribui para uma cena forte, que, no fim
das contas, vai ser uma base importantíssima para que todos os artistas que
estão inseridos ou tentando se inserir se façam fortes também. Enfim,
pedimos aos seguidores que apoiem as bandas da nossa região. Todas elas merecem
a atenção de todo mundo de uma ou outra maneira.E artista sem base de fãs e
apreciadores é coisa nula. Então, a interação e a colaboração de todos os
apreciadores do blog é um elemento muito importante para o fortalecimento das
nossas batalhas e da nossa caminhada.
Entrem em contato, curtam as nossas manifestações
nas diversas mídias (principalmente as redes sociais), compartilhem os nossos
conteúdos, ajudem a difundir as artes que nós estamos lutando para
estabelecer. É o único caminho para que a coisa fique grande, do tamanho
que todos nós queremos e merecemos.
Uma
dica:
Há uma considerável quantidade de novos artistas
muito interessantes que estão surgindo e fazendo um trabalho digno de
acompanhamento e apreciação. Bandas como Farpas, Os Padrinhos, Warcursed,
Saramágua, Bakamarte, Vinil Vagabundo, Seu Ninguém (RN), só para citar alguns
poucos exemplos, estão lutando por estabelecer esse novo formato baseado no
trabalho autoral, numa região em que há ainda a predominância do modelo de
covers. São artistas que merecem a nossa atenção.
É isso ai galera, essa foi a entrevista de
hoje. Espero que tenham gostado e fiquem ligados que durante a
semana tem mais uma entrevista com um dos melhores guitarristas do Brasil. Continuem
me mandando sugestões de matérias e entrevistas através do email ou
pela fã page.
Até
a próxima! <3