Trítono

Vocês já ouviram falar o Trítono?
Se ainda não,vem comigo nesse post.
O Trítono é o intervalo de três tons inteiros entre duas notas. Ou seja, quando tocamos simultaneamente duas notas que possuem três tons de distância entre si, estamos tocando um trítono.
 Um exemplo de trítono está entre as notas Fá e Si.

Como já foi dito no artigo “harmonia funcional”, o acorde dominante possui uma sonoridade de tensão. Essa tensão ocorre devido à existência de um trítono.
O efeito do trítono
O efeito do trítono proporciona uma das mais complexas dissonâncias da música ocidental. Sua sonoridade passa a ideia de movimento, instabilidade, e quando ele não é acompanhado de um acorde de repouso, o ouvinte fica angustiado, aflito, afinal o trítono “precisa” ser resolvido.
Por isso que muitas melodias de suspense em filmes de terror famosos contém apenas duas notas e fazem o maior sucesso. Basta que você coloque trítonos tocando intermitentemente que a pessoa já começa a sentir medo.
Todo acorde dominante contém um trítono, afinal o trítono é o responsável pela sensação de “tensão” da função dominante. Vamos analisar alguns acordes V7 (quinto grau com sétima menor) para você conferir.
Repare, por exemplo, nas notas que compõe o acorde G7: Sol, Si, Ré, Fá.
Entre Si e Fá temos 3 tons de distância.
Outro exemplo: confira as notas que compõe o acorde E7: Mi, Sol#, Si, Ré.
Entre Sol# e Ré temos 3 tons de distância.
Muito bem, já deu para perceber que nos acordes maiores com sétima existe um trítono entre os graus 3º e 7º.
Uma coisa importante de se destacar é o efeito cromático produzido por esse trítono. No caso de G7, que resolve em Dó maior, as notas Si e Fá estão um semitom abaixo e acima, respectivamente, da fundamental e da terça de Dó. Ou seja, há um efeito cromático que faz esse acorde “caminhar” para Dó, como se tivesse uma necessidade de resolver nele.
Outro tipo de acorde com função dominante é o acorde menor com sétima e quinta bemol (lembra dele? Esse acorde aparece no sétimo grau do campo harmônico maior, conhecido como acorde meio-diminuto).
Repare nas notas de Am7(b5): Lá, Dó, Ré#, Sol
Entre Lá e Ré# temos 3 tons de distância.
Obs: Nem sempre o acorde meio-diminuto atuará como dominante. Dependendo do contexto, ele poderá atuar com outra função (veremos isso em estudos posteriores).
O som do diabo
Bom, talvez você esteja se perguntando: “Por que raios o título desse tópico é o som do diabo??”. Calma, mataremos sua curiosidade agora.
Durante algum tempo, o trítono foi proibido pela igreja ocidental por causar demasiado efeito de tensão. Essa dissonância era vista pela igreja como maligna, pois acreditava-se que a perfeição de Deus se traduzia em sons harmônicos, não desarmônicos como o trítono.
Esse conceito fez com que, na Idade Média, o trítono recebesse o nome de “diabolus in musica“, sendo expressamente proibido de ser tocado (ameaçando compositores de irem parar na fogueira).

Mais tarde, percebeu-se que essa definição não tinha embasamento bíblico, e o trítono passou a ser liberado. 
-#Descomplicando

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